Infância e Adolescência Missionária: maio 2010

Falecimento do Pe. Edson Assunção

Dia 3 de maio, às 21 horas, faleceu o Pe. Edson Assunção Santos Ribeiro, 44 anos, natural de Contagem, MG, mas pertencente ao clero de Niterói, RJ.
Pe. Edson, desde dezembro de 2005, era Secretário Nacional da Pontifícia Obra da Infância Missionária, em Brasília, DF. Voltava de Barra do Garças, MT, onde havia orientado um encontro de formação de assessores da Infância Missionária (Efaim). A morte aconteceu na estrada que vai de Araguaiana a Barra do Garças, e foi provocada por um acidente de carro. O veiculo no qual o Pe. Edson viajava, em companhia do Pe. Wiliam e do leigo Fausto, ao atravessar uma ponte, ficou desgovernado, provocando a morte instantânea do Pe. Edson e ferimentos no Pe. Wiliam.
Como sou o Secretário da Infancia Missionária, Pe. André pediu-me que respondesse ás suas perguntas, o que faço com prazer. Vou responder em vermelho, após cada pergunta.

Ao seu dispor
Pe. Edson Assunção S. Ribeiro
Secretario nacional da Infância e Adolescência Missionária

1- O que é a Infância Missionária e qual a a sua importância?

A Infancia e Adolescência Missionárias (IAM) é uma Obra Pontifícia dedeicada a formar a consciência missionária universal de crianças e adolescentes, bem como de seus pais e educadores e sua importância está exatamente em seu objetivo: mostrar que a Igreja ultrapassa as fronteiras de nossa comunidade e que ainda existem muitos milhões de pessoas que não ouviram o anúncio do Evangelho.

2- Como surgiu a Infância e Adolescência Missionária?

Surgiu por iniciativa de um bispo francês, Dom Carlos Forbin Janson, que mantinha sempre contato com os missionários franceses que estavam na China e estes contavam a dramática situação de crianças que eram abandonadas por seu pais ao nascer e morriam sem o batismo. Então os missionários as encontravam, batizavam-nas e as levavam para suas casas. Mas o número de crianças nas casas dos missionários foi crescendo a tal ponto que eles não tinham mais como mantê-las. Então escreviam ao Bispo pedindo ajuda. Numa das cartas um missionário disse: ou vocês nos ajduam imediatamente ou morreremos todos: nós e as crianças. Sensibilizado o bispo saiu a procura de ajuda, mas como não conseguiu nadas com os adultos, dirigiu-se ás crinças e explicou-lhes a situação. As crinças quiseram saber qual seria seu compromisso e o bispo pediu duas coisas: uma Ave Maria todos os dias e uma moeda por mês. Era o dia 19 de maio de 1843. As crianças começaram um grande campeonato de solidariedade que dura até hoje, agora em benefício das crianças de todo o mundo.

3- Muitas pessoas confundem o trabalho da Pastoral Catequética com a Infância e adolescência Missionária. O que o Senhor tem a dizer?

Infelizmente esta confusão ainda existe, apesar de aos poucos as coisas irem ficando claras. IAM e Catequese, apesar de complementares, sãocoisas distintas,com objetivos distintos, ainda que lidando com as mesmas pessoas. A IAm tem como objetivo formar a consciência missionária universal; já a catequese (Cathe - ekeo = fazer ecoar) tem como objetivo educar na fé. Para uma crianças ser da IAM vai precisar frequentar o catecismo, para saber quem é Jesus, o que é a Igreja, etc. A criança da catequese, que aprende tudo isto, não pode guardar só para si este tesouro, mas deve comunicá-lo aos outros, deve ser missionária. Daí que a catequese ajuda a IAM e a IAM ajuda a catequese. Uma não dispensa a outra, mas complementa.

4- Qual a expectativa após este encontro de formação de assessores da infância e Adolescência Missionária (EFAIAM) para as paróquias que já tem implantada e para as que vão começar?

Nossa expectativa é que a IAM seja implantada em todas as comunidades, conforme o desejo dos Bispos reunidos em Aparecida (DA 441 i) e que os assessores e as crianças compreendam cada vez melhor o objetivo da Obra e assim possam dar muitos e bons frutos.

5- Qual a mensagem que o Sr. gostaria de deixar para as paróquias que vão a partir deste encontro de formação implantar a Infância e Adolescência Missionária?

Vale a pena ter a IAM na comunidade. Geralmente as crianças da IAM são muito mais disponíveis, mais solidárias, mais dispostas a colaborar com todos os trabalhos da Igreja. Quando crescem, tornam-se boas lideranças na catequese, nas pastorais de juventude, na liturgia, nas pastorais sociais, etc, pois são mais conscientes de realidade de discípulos-missionários de Jesus.

O senhor também poderia nos contar um pouco sobre sua pessoa: como naturalidade, formação, história de envolvimento com a infância missionária etc.

Sou nascido em Contagem-MG, mas, quando adolescente, fui para o Seminário de Niterói-RJ e pertenço ao clero de lá. Há cerca de 15 anos acompanho a IAM em minha Arquidiocese, ams também dando algumas colaborações esporádicas á equipe nacional, até que, desde 2006, vim residir em Brasília, estando disponível para a IAM em tempo integral. Todo final de semana viajo para algum canto deste país, para assessorar os EFAIMs e, as vezes, sou ajudado por Pe. André (que esteve em Caratinga), por Pe. Daniel ou por Pe. Sávio, quando coincide de ter dois ou mas encontros no mesmo fim de semana pedindo nossa assessoria.